{"id":107,"date":"2005-12-14T18:18:51","date_gmt":"2005-12-14T18:18:51","guid":{"rendered":"http:\/\/poetagem.com.br\/?p=107"},"modified":"2016-09-23T18:19:39","modified_gmt":"2016-09-23T18:19:39","slug":"tregua","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/poetagem.com.br\/2005\/12\/14\/tregua\/","title":{"rendered":"Tr\u00e9gua"},"content":{"rendered":"\n\n\n
Data <\/span>14\/dez\/2005<\/span><\/span><\/td>\n<\/tr>\n<\/tbody>\n<\/table>\n

Fora ver a quantas andava o jardim. Apascentava-o com a mesma dedica\u00e7\u00e3o com que se entregava \u00e0s suas outras paix\u00f5es. A ind\u00f4mita vividez de seu terno pastor; a ador\u00e1vel vividez de seus inef\u00e1veis netos…
\nDava \u00e0 displic\u00eancia do livre crescimento dos tend\u00f5es da primavera um redirecionamento. Amarrava-as, quando indom\u00e1veis afastavam-se da cerca, onde deveriam distender-se como prote\u00e7\u00e3o e enfeite. Os espinhos afugentando os gatunos. O colorido das v\u00e1rias cores de suas flores atraindo e agradando os muitos olhares. A gramin\u00e1cea verde e aparada. Livre das todas esp\u00e9cies de pragas. Os pingos-de-ouro crescidos at\u00e9 os portes devidos rebrilhando ao sol seu amarelo ameno. A brinco-de-princesa toda airosa solta no meio com seu f\u00eameo porte exibicionista. Mas contida, para que vaidosa, n\u00e3o invada os espa\u00e7os de dom\u00ednio da ac\u00e1cia rosa.
\nE, estando nesse a esmo andar pelo jardim, a tudo perscrutando, foi interceptado por algu\u00e9m que, pela cal\u00e7ada rente \u00e0 cerca que ia sendo tomada pelas primaveras, passava.
\nO interceptante, atarracado, grisalho, calv\u00edcie em pronunciada progress\u00e3o, barba de dias, barriga saliente, visivelmente peludo, saudou-o veementemente como um seu velho conhecido, arrematando com o inevit\u00e1vel e constrangedor \u201cvoc\u00ea est\u00e1 lembrado de mim, n\u00e3o \u00e9\u201d?
\nEle, como quase sempre acontece em tais ocasi\u00f5es, n\u00e3o estava. Todavia, como tamb\u00e9m acontece em tais ocasi\u00f5es, debaixo de seu sorriso de constrangimento, disse que sim. E logo disfar\u00e7ou com o chav\u00e3o despistador, ao qual se recorre para que a mem\u00f3ria tenha tempo de trazer \u00e0 tona a lembran\u00e7a salvadora, perguntando ao outro como tinha passado, o que andava fazendo.
\nO passante n\u00e3o se fez de rogado. Enveredou na deixa e desatou-se num contar e contar-se sem fim. Funcion\u00e1rio p\u00fablico. Fora ele quem, certa vez, levara-lhe ao conhecimento um projeto de distribui\u00e7\u00e3o de material aos alunos carentes. Projeto porreta. Na condi\u00e7\u00e3o de presidente da APM daquela escola, fun\u00e7\u00e3o que ocupara durante v\u00e1rios anos, at\u00e9 que o filho deixou de ser aluno dali. Mas a pol\u00edtica havia intervindo. Enciumados parlamentares vetaram o seu projeto. E novamente indagou se ele se lembrava daquela grande fa\u00e7anha social que encetara, mas que os med\u00edocres e medrosos vereadores (entendiam que ele estava fazendo campanha eleitoral com aquilo) n\u00e3o permitiram seu brilho.
\nEle de novo n\u00e3o se lembrava. Todavia, manteve-se no mesmo tom desconversador. Que as coisas eram assim mesmo. Que o importante fora a boa inten\u00e7\u00e3o social dele, seu gesto humanit\u00e1rio.
\nO homem a\u00ed estava denunciadamente emocionado. O rosto congestionara-se. Os olhos avermelharam-se, umedeceram-se de l\u00e1grimas. E ele disparou na exposi\u00e7\u00e3o de sua trag\u00e9dia. Aposentara-se com um sal\u00e1rio aviltante de funcion\u00e1rio raso. A mulher o deixara. Um c\u00e2ncer encalacrara-se em seu abd\u00f4men e n\u00e3o mais lhe dera paz. Alastrava-se de um canto pra outro. Uma filha casada apiedara-se dele e lhe dera um puxadinho nos fundos para viver o resto dos seus dias. N\u00e3o era reconhecido pelos netos, que mal e mal queriam ficar com ele. Decerto a imagem de av\u00f4 que lhes fora incutida era outra…
\nE enquanto atabalhoadamente, desenfreadamente ia assim dizendo, j\u00e1 havia entrado e estava ali no jardim ao lado dele. J\u00e1 o corrigia nos arranjos que procurava dar \u00e0s primaveras; j\u00e1 apontava um cuidado que imediatamente se deveria dispensar aos coqueirinhos: pod\u00e1-los de um jeito que ele sabia bem; j\u00e1 condenava a persist\u00eancia, no canto do jardim, de umas bananeiras (n\u00e3o podia, quebravam toda a est\u00e9tica); j\u00e1 se indispunha contra o tratamento dado aos cambar\u00e1s…
\nE entusiasticamente, investido da sua condi\u00e7\u00e3o de antigo funcion\u00e1rio da Agricultura, que andara pelos campos lidando com os campesinos de toda ordem (tamb\u00e9m como um dos mais considerados ex-presidentes da Associa\u00e7\u00e3o de Pais e Mestres), pusera-se a ensinar ao dirigente daquela escola as compet\u00eancias e habilidades devidas para um ajardinamento de sucesso.<\/p>\n

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