Data <\/span>14\/jan\/2005<\/span><\/span><\/td>\n<\/tr>\n<\/tbody>\n<\/table>\n
\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0S\u00fabito, raz\u00f5es atmosf\u00e9ricas, ou c\u00f3smicas, ambas que sejam, levam a Terra \u00e0quelas f\u00farias insanas, ante as quais os paradeuses (os homens) remoem seu inconformismo: sua enorme impot\u00eancia, por mais que tenha feito, por mais que faz e far\u00e1. Tornados. Ciclones. Trombas d`\u00e1gua. Vendavais. Convuls\u00f5es vulc\u00e2nicas. Tsunamis. Arrasadores todos. \nFen\u00f4menos tais nada consideram, quando se deflagram. Consideram \u00e9 express\u00e3o de linguagem humana. A natureza n\u00e3o cogita. Logo \u00e9 em si mesma fatos. E em fatos n\u00e3o cabem afetos. N\u00e3o cabem conceitos. Cabe o imponder\u00e1vel. Como admitir um tsunami \u00e0s v\u00e9speras do Natal? E acontecer justamente em regi\u00f5es da Terra cuja concentra\u00e7\u00e3o da mis\u00e9ria prepondera? \nA Natureza se fez. A Natureza se refaz. A Natureza se construiu, se desconstr\u00f3i, se reconstr\u00f3i. A Natureza \u00e9 mut\u00e1vel. Embora pela apar\u00eancia n\u00e3o o seja. \nCerto, sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o aos seus seres talvez n\u00e3o seja como sua indiferen\u00e7a. Pois as interven\u00e7\u00f5es dos homens imputam-lhe \u00ednfimas modifica\u00e7\u00f5es, quando comparadas aos tuf\u00f5es, \u00e0s erup\u00e7\u00f5es vulc\u00e2nicas vultosas, aos tsunamis. \nEntretanto h\u00e1 um conjunto de rea\u00e7\u00f5es dela catalogado pelos homens ante \u00e0s interven\u00e7\u00f5es cont\u00ednuas, devidas ou indevidas que lhe s\u00e3o feitas. Inumer\u00e1veis s\u00e3o. O qual consta ser desde o destrambelho clim\u00e1tico, a desertifica\u00e7\u00e3o e esteriliza\u00e7\u00e3o de solos \u00e0s muta\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas e o desaparecimento de esp\u00e9cies. \nEnt\u00e3o preservar a natureza \u00e9 o lema consensual que o homem se exige. Conquanto cumpra-o minimamente. Conservar a natureza tal qual. Que \u00e9 aos olhos humanos benigna, ainda que bruta. E, quando em mudan\u00e7as bruscas e descomunais, est\u00fapida. Matriparric\u00eddia. \nPor princ\u00edpios: nunca desmatar, cortar \u00e1rvores; nunca poluir rios, mares; nunca aprisionar ou matar animais (\u201cpreservar a fauna e a flora\u201d); incentivar a reciclagem do lixo; incutir o amor \u00e0s plantas, aos bichos; incutir o respeito \u00e0 vida humana, animal, vegetal, mineral; instruir quanto \u00e0s m\u00faltiplas rela\u00e7\u00f5es de elementos, procedimentos, situa\u00e7\u00f5es formadoras da cadeia de polu\u00eancia. \nDeu-se que a institui\u00e7\u00e3o em que atua como dirigente conquistou uma melhoria h\u00e1 muito pretendida. Tratava-se de um bem coletivo da maior import\u00e2ncia, \u00e0 vista da finalidade a que se destina. \nA cobertura do im\u00f3vel exigia, se n\u00e3o a extirpa\u00e7\u00e3o, pelo menos uma amputa\u00e7\u00e3o de parte consider\u00e1vel de um ip\u00ea decano. Algo, de chofre, inadmiss\u00edvel. Em se tratando de arboriza\u00e7\u00e3o, era aquele ip\u00ea a fina \u00e1rvore da institui\u00e7\u00e3o. Gera\u00e7\u00f5es de estudantes viram-no crescer e florir amarelo; florir amarelo e crescer at\u00e9 seu m\u00e1ximo tamanho. Depois, flores amarelas de inverno substituindo a sombra verdade de ver\u00e3o. Anos. D\u00e9cadas assim. Tornou-se um ip\u00ea de todos. Um verdadeiro ente de estima\u00e7\u00e3o. Como um c\u00e3o. Como um gato. Como um can\u00e1rio. Um papagaio. V\u00ea-lo desfigurado, nunca. Quanto mais extirpado. \nTodavia, assim sendo, a melhoria era invi\u00e1vel. E sua viabiliza\u00e7\u00e3o, posta em amea\u00e7a. Ficara entre perplexo e irado. Via-se ante a antiga sina: destruir para construir. N\u00e3o podia conceder. \nEnt\u00e3o entrou o outro procedimento antigo: consensualizar para dividir. E o antigo, mas nada decr\u00e9pito ip\u00ea teve de ver decepados alguns de seus vigorosos membros. \nEnt\u00e3o pensou: console-se, meu caro, est\u00e1 mutilado, todavia vivo. E sua capacidade de regenera\u00e7\u00e3o \u00e9 uma verd\u00edssima esperan\u00e7a.<\/span><\/td>\n<\/tr>\n
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Das (im)ponderabilidades - POETAGEM<\/title>\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n\t\n\t\n\t\n