{"id":161,"date":"2006-01-12T22:43:14","date_gmt":"2006-01-12T22:43:14","guid":{"rendered":"http:\/\/poetagem.com.br\/?p=161"},"modified":"2016-09-23T22:44:08","modified_gmt":"2016-09-23T22:44:08","slug":"uma-incerta-mosca-azul","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/poetagem.com.br\/2006\/01\/12\/uma-incerta-mosca-azul\/","title":{"rendered":"Uma incerta mosca azul"},"content":{"rendered":"

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Data 12\/jan\/2006<\/span><\/td>\n<\/tr>\n<\/tbody>\n<\/table>\n

A mosca azul decerto perdida e atra\u00edda, como a mariposa e os outros \u00ednfimos insetos de luz, surgiu, em seu v\u00f4o turbinado, pondo-se a circundar a l\u00e2mpada.
\nTratava-se de um fato singular. Pois do pouco que dela sabia, tudo girava em torno da luz do dia. Tida e havida pela sabedoria popular como a varejeira. Com seu zumbido peculiar zunindo veloc\u00edssima pelo ar \u00e0 cata do m\u00ednimo cheiro de mat\u00e9ria morta decompondo-se. Parece, pois, que o m\u00f3rbido \u00e9 que lhe sustenta a vida.
\nEla viera de onde, sendo plena noite fechada, sem lua, estrelas altas, escurid\u00e3o da noite acentuando sua negrid\u00e3o e, ali, o \u00fanico cheiro forte sendo o dos livros?
\nEntrara-lhe pela ampla janela um vertiginoso zumbido que, somente depois, a luz da l\u00e2mpada de mesa circundada permitiu vislumbrar a forma de uma mosca.
\nE, em um dos seus curtos repousos, p\u00f4de saber que se tratava de uma mosca azul. Uma varejeira? \u00c0 noite!? Ent\u00e3o, p\u00f4s-se ele a voejar, em retrospec\u00e7\u00e3o, numa velocidade oposta \u00e0 da mosca, seu cotidiano noturno, j\u00e1 meio longevo. Em nenhuma noite vivida houvera uma mosca azul. Muitos, os insetos. Os c\u00edclicos: a aleluia, alguns besouros, os mosquitinhos. Os mais comuns, mais freq\u00fcentes: os mosquitos dom\u00e9sticos, as formigas, uma barata. Os mais raros: uma desgarrada abelha, uma perdida borboleta, uma conturbada lib\u00e9lula. E pr\u00f3prios da noite: as v\u00e1rias esp\u00e9cies de mariposa \u2013 mi\u00fadas, gra\u00fadas, medianas. Nunca, entretanto, uma mosca azul feito aquela.
\nVoou. Voou. E num desses v\u00f4os encontrou a tela do computador. De novo voou. Agora em torno da tela. Tornou a assentar. Ficou por alguns minutos ali, est\u00e1tica. Os olh\u00f5es esverdeados luminosos. Quem sabe, examinado as imagens. Sua tromba sugadora procurando experiment\u00e1-las. Moveu-se um pouco para um e outro lado da tela. Tudo rapidamente. E logo al\u00e7ou v\u00f4o de novo.
\nE assentou-se na parte anterior do monitor. Abaixo ainda do bot\u00e3o liga-desliga. Como se naquela luz m\u00ednima esverdeada houvesse encontrado uma companhia. Sim, porque ali se deixou ficar. Parecia completamente \u00e0 vontade.
\nEle a um palmo dela, que se mostrava segura e indiferente. Continuava a contempl\u00e1-la, desconhecendo-se a si mesmo, cuja imobilidade advinha dessa total concentra\u00e7\u00e3o na mosca. Talvez porque fosse noite, e ela, im\u00f3vel, abrangida pela luz da iluminaria era bem diferente da mosca azul j\u00e1 tantas vezes vista. Mas n\u00e3o assim olhada.
\nA mem\u00f3ria trouxe-lhe v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es em que a viu. Um boi. Um c\u00e3o. Um gato. Um sapo. Animais mortos expostos em pastos, terrenos baldios, ruas, estradas. Putrefazendo-se, fedendo, empestando o ar e recobertos pelas azuis reluzentes varejeiras que os ro\u00edam.
\nMas tamb\u00e9m lhe trouxe a mem\u00f3ria imagens outras. Em certos campos de concentra\u00e7\u00e3o de famintos, em Biafra, em Bangaladesh, esquel\u00e9ticas, inertes, estendidas no ch\u00e3o, amontoadas, no rega\u00e7o ou no colo de sua m\u00e3e, crian\u00e7as, ainda vivas, sendo ro\u00eddas por azuladas moscas.
\nE lhe trouxera ainda, a mem\u00f3ria, costumeiras situa\u00e7\u00f5es em que comensais felizes, ante a farta mesa de apetitosas comidas, em lautos almo\u00e7os ou jantares, desesperarem-se, quando s\u00fabito irrompe, a mil, uma ou mais delas atra\u00edda pelo inebriante cheiro.
\nEle mesmo, em situa\u00e7\u00f5es desta, com a fam\u00edlia, foi ca\u00e7ador irado delas. N\u00e3o se apaziguando, sen\u00e3o exterminando-as, enquanto n\u00e3o as enxotasse de vez. E se a atingisse, deixava-a como o pole\u00e1 do poema de Machado a deixou: \u201cRota, ba\u00e7a, nojenta, vil\u201d.
\nMas, ali, n\u00e3o se p\u00f4s a dissec\u00e1-la como fez o pole\u00e1. P\u00f4s-se a v\u00ea-la que, com suas patas dianteiras, limpava-se metodicamente. Limpava os belos e grandalh\u00f5es olhos esverdeados que se tornavam um e enorme, quando olhavam para um s\u00f3 lado. Limpava a tromba. Depois as patas traseiras limpavam as asas que \u00e0 luz fulguravam. Depois as patas traseiras limpavam o corpo. Por fim, depois de muito limpar-se, acomodou-se um pouco mais abaixo, como que se escondendo da luz. Ali se aquietou. Por certo entregava-se ao justo sono de uma mosca azul.
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