{"id":171,"date":"2006-08-28T22:50:32","date_gmt":"2006-08-28T22:50:32","guid":{"rendered":"http:\/\/poetagem.com.br\/?p=171"},"modified":"2016-09-23T22:51:07","modified_gmt":"2016-09-23T22:51:07","slug":"antes-de-tudo-sobreviver","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/poetagem.com.br\/2006\/08\/28\/antes-de-tudo-sobreviver\/","title":{"rendered":"Antes de tudo, sobreviver."},"content":{"rendered":"

Os p\u00e1ssaros do quintal da casa, de uns tempos aos de agora, logo perceberam que havia a eminente necessidade de nova adapta\u00e7\u00e3o. N\u00e3o que houvessem \u00e1rvores desaparecido. Nem haviam sido mutiladas por vis podas, como por a\u00ed se tem visto. Tampouco descaracterizadas por modela\u00e7\u00f5es que as desconfiguram, submetendo-as todas ao mesmo padr\u00e3o formal, como se fossem, n\u00e3o natureza viva, mas mercadorias em s\u00e9rie fabricadas para o comum gosto consumista institu\u00eddo pelo mercado.
\nN\u00e3o. L\u00e1 estavam elas vivendo seu tempo. Todas j\u00e1 de h\u00e1 muito adultas amadurecidas, expostas ao transcorrer dos ciclos, com suas cascas crestadas, suas folhas mutantes, seus galhos sempre \u00e1vidos de sol e ar.
\nCada uma na sua. E todas, a seu modo, aconchegantes. Onde muitos deles residiam. Habita\u00e7\u00e3o \u00fanica, coletiva em que harmoniosamente se acomodavam, constru\u00edam seu ninho para a procria\u00e7\u00e3o. Confort\u00e1vel e pacificamente continuavam ali tendo seus filhotes em s\u00f3lidos e seguros galhos entran\u00e7ados, emaranhados, enfurquilhados.
\nPodiam, entre instintivamente vigilantes e com certo sossego, explorar o gramado do quintal, onde sempre se encontra alguma comida. Basta entregar-se ao trabalho de pastagem e ir descobrindo-a. A aus\u00eancia de gatos na casa dava naturalmente maior tranq\u00fcilidade e seguran\u00e7a. Havia c\u00e3es. Entretanto estavam pacificamente acomodados \u00e0 conviv\u00eancia com eles. Indispunham-se apenas com algumas ousadias maiores de certos p\u00e1ssaros, os pardais principalmente, mas tamb\u00e9m um e outro bem-te-vis, uma e outra juritis. Esses aventuravam-se at\u00e9 os comedouros deles a fim de surrupiar algum resto de ra\u00e7\u00e3o ou de migalhas. De certo tratava-se de uma quest\u00e3o de honra. Aqueles atrevidos p\u00e1ssaros iam longe de mais. Havia que enxot\u00e1-los. \u00c0s vezes, em ocasi\u00f5es dessas, o \u00edmpeto canino sobrepunha-se \u00e0 rapidez das asas, resultando quase sempre em morte instant\u00e2nea de p\u00e1ssaro.
\nAfora esses desastres, que, convenhamos, eram provocados por demasiadas insol\u00eancias, a vida, para os p\u00e1ssaros dali, corria tranq\u00fcila. Disp\u00f5em, inclusive, de cochos de \u00e1gua limpa para beber, onde alguns atrevidos e degenerados, mormente no ver\u00e3o, p\u00f5em-se a tomar banho. Principalmente os pardais (sempre esses pardais!).
\nMas a pacata vida p\u00e1ssara sofreu abalo. Seu risco aumentou grandemente. Deu-se o r\u00e1pido crescimento de uma indom\u00e1vel, irriquieta, atlet\u00edssima pastora. P\u00e1ssaro a pastar no quintal, uma temeridade sem precedentes. Pois se ela quer apanh\u00e1-los mesmo estando eles seguramente instalados em galhos fora de seu alcance! Late e salta freneticamente na dire\u00e7\u00e3o deles. Beber \u00e1gua tornou-se o maior transtorno. Somente quando ela desmaia num canto do quintal de tanto sono. Assim mesmo \u00e9 preciso cautela. Ela \u00e9 sorrateira.
\nAgora, pense-se nas inicia\u00e7\u00f5es de v\u00f4o dos filhotes. Tem sido uma baixa absurda. Quase nenhum lhe escapa. Apanha-os num \u00e1timo. O quintal, t\u00e3o extraordin\u00e1rio para essa pr\u00e1tica ficou completamente imposs\u00edvel.
\nH\u00e1 pouco uma teimosa pomba-m\u00e3e arriscou-se com dois filhotes. A cadela apanhou um. O outro, enquanto o irm\u00e3o era agarrado, desesperadamente encontrou, rente a um canto dos muros, um monte de palmas secas no qual se entranhou. A cachorra, que \u00e0 presa n\u00e3o devora, apenas pega-a pelo prazer de vencer, esteve ali farejando.<\/p>\n

E a pomba, logo descoberta pelas pessoas da casa, passou a ficar ali. Mal lembra j\u00e1 um filhote. Est\u00e1 toda emplumada e, no entanto, quando percebe n\u00e3o haver perigo, rapidamente sai de debaixo das palmas para pinicar umas migalhas e bebericar \u00e1gua que passou a encontrar nas proximidades. Como n\u00e3o mais arriscou a voar, parece ter desistido de encorajar-se para isso e acomodou-se \u00e0quela vida enrustida e de migalhas milagrosas. Preferiu, ainda escrava do medo, ir sobrevivendo, a arriscar o seguro v\u00f4o que as asas n\u00e3o mais imberbes lhe garantem. Por certo a remo\u00e7\u00e3o do monturo de palmas lhe trar\u00e1 o p\u00e2nico deflagrador da coragem que a arremessar\u00e1 para sua vida de p\u00e1ssaro.<\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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