{"id":360,"date":"2004-12-24T01:41:04","date_gmt":"2004-12-24T01:41:04","guid":{"rendered":"http:\/\/poetagem.com.br\/?p=360"},"modified":"2016-09-24T01:41:28","modified_gmt":"2016-09-24T01:41:28","slug":"toladorite","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/poetagem.com.br\/2004\/12\/24\/toladorite\/","title":{"rendered":"Toladorite"},"content":{"rendered":"\n\n\n\n
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Toladorite<\/span><\/div>\n<\/td>\n<\/tr>\n
Data <\/span>24\/dez\/2004<\/span><\/span><\/td>\n<\/tr>\n<\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0A dor que fere; dilacera, punge. Instaura um estado de estupidifica\u00e7\u00e3o atordoante. E instiga impulsos outros. Al\u00e9m dessa como\u00e7\u00e3o de estado de alma de consci\u00eancia humana em choque. Assoma conjuntamente a compuls\u00e3o do desejo de intervir superiormente a quaisquer for\u00e7as. P\u00f4r um basta. Extirpar de vez, cirurgicamente, magicamente que fosse, esse dom, essa predisposi\u00e7\u00e3o, esses neur\u00f4nios, esses genes, essa coisa, enfim, que compele o homem \u00e0 viol\u00eancia, ao exterm\u00ednio, ao assass\u00ednio, ao genoc\u00eddio. Insanos bestiais matando gente sob a alega\u00e7\u00e3o de algum motivo nunca poss\u00edvel de lhe conferir essa prerrogativa que somente a Deus, se diz (\u00e0 natureza), \u00e9 conferida.
\nA morte como um impeditivo ao outro de ser. Ser como tal. N\u00e3o como pretendia o assassino que o exterminara. Esperar-se-ia que, quanto mais fosse difundido \u00e0 consci\u00eancia do homem que ele \u00e9 o ser que pensa e, logo, aprende saber existir com o outro, mais estaria abolindo essa pr\u00e1tica de matar. N\u00e3o apenas os da sua esp\u00e9cie, como tamb\u00e9m os das demais.
\nTodavia, d\u00e1-se o inverso. O homem mais mata, quanto mais sabe de si. E mata mais n\u00e3o somente a si mesmo. Tamb\u00e9m mata mais intensamente aos outros animais. Mata os macacos. Mata os marrecos. Mata os galin\u00e1ceos. Mata gados. Mata gatos. Mata p\u00e1ssaros. Mata peixes. Mata felinos. Mata insetos.
\nMata por medo. Mata por \u00f3dio. Mata por amor. Mata por fome. Mata por dinheiro. Mata por heran\u00e7a. Mata por soberba. Mata por poder. Mata por prazer. Mata por querer. Mata sem querer. Mata por mandante. Mata por profiss\u00e3o.
\nEnt\u00e3o: o exterm\u00ednio dos seres animais entre si por algum motivo \u00e9 condi\u00e7\u00e3o, \u00e9 destino. Como quis Darwin, sobrevivem os herc\u00faleos e os apol\u00edneos. Fat\u00eddica constata\u00e7\u00e3o: a sobreviv\u00eancia \u00e9 predadora.
\nD\u00e1-se, entretanto, que o homem n\u00e3o sobrevive pura e simplesmente como sobrevivem as aves. Com sobrevivem os peixes. Como sobrevivem os bichos demais. Tais agem movidos t\u00e3o-somente pelo extinto da sobreviv\u00eancia: comer, beber dormir, procriar. O medo os acomete ante o estranho, que sempre se lhe afigura um hipot\u00e9tico predador.
\nAprendeu o homem a complexidade. A consci\u00eancia de si mesmo e do mundo. O saber pensar. A consci\u00eancia de pensar o seu fazer, e saber que os outros seres n\u00e3o sabem pensar o fez soberano, soberbo, ego\u00edsta e, n\u00e3o um predador, como os outros pela sobreviv\u00eancia, mas um degradador pela gan\u00e2ncia. E mata, e espolia, e devasta, e corrompe, e extermina, e sevicia, e violenta. E o faz por soberba, que, com pouco do que sua prodigalidade lhe confere, sobreviveria de forma confort\u00e1vel. E o faz pelo poder de mando, que, com muito pouco do que acumula, sobreviveria com conforto. E o faz para deten\u00e7\u00e3o do requinte, da sofistica\u00e7\u00e3o, da ostenta\u00e7\u00e3o. Que sem isso tudo, mas assegurado seu conforto, compartilharia, com os outros da sua esp\u00e9cie, a participa\u00e7\u00e3o da sobreviv\u00eancia com conforto. Permitiria \u00e0queles saltar dessa agonia de sobreviv\u00eancia enxovalhada de mis\u00e9ria. Mas a verdade \u00e9 que, para a sobreviv\u00eancia, os bichos comem. Os homens consomem.
\nNa arena de touradas, o boi sendo gradualmente sangrado para deleite de espectadores. Nas matas, animais silvestres aprisionados, mutilados por alguns trocados. Crian\u00e7as assassinadas em Beslan, no Iraque, nas favelas do Rio, de S\u00e3o Paulo. Baleias, jacar\u00e9s, focas, le\u00f5es-marinhos, micos, tantos e tantos que se sabe e tantos e tantos que n\u00e3o se sabe. Tudo em nome da fome dos homens. Tudo em nome do consumo dos homens. Tudo em nome do ac\u00famulo dos homens. Tudo em nome de caprichos e extravag\u00e2ncia dos homens. O que fere, o que dilacera, compunge. Que instaura um estado impotente de tola dor aguda.<\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Toladorite Data 24\/dez\/2004 \u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0A dor que fere; dilacera, punge. Instaura um estado de estupidifica\u00e7\u00e3o atordoante. E instiga impulsos outros. Al\u00e9m dessa como\u00e7\u00e3o de estado de alma de consci\u00eancia humana em choque. Assoma conjuntamente a compuls\u00e3o do desejo de intervir superiormente a quaisquer for\u00e7as. P\u00f4r um basta. 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