{"id":559,"date":"1998-10-23T12:17:01","date_gmt":"1998-10-23T12:17:01","guid":{"rendered":"http:\/\/poetagem.com.br\/?p=559"},"modified":"2016-09-24T12:19:24","modified_gmt":"2016-09-24T12:19:24","slug":"a-casa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/poetagem.com.br\/1998\/10\/23\/a-casa\/","title":{"rendered":"A casa"},"content":{"rendered":"
\n A casa<\/span><\/b><\/span><\/div>\n<\/td>\n<\/tr>\n Data 23\/out\/1998<\/span><\/td>\n<\/tr>\n<\/tbody>\n<\/table>\n | A casa \u00e9 a extens\u00e3o do homem. N\u00e3o h\u00e1 lugar melhor no mundo. \u00c9 o seu territ\u00f3rio livre. Nela estando, fica dependurado todo um estado de ser l\u00e1 fora. A casa \u00e9 a sua ilha. Em tudo dela est\u00e1 ele. A despensa com suas provis\u00f5es. A cozinha onde o fog\u00e3o, onde o refrigerador, a mesa, o arm\u00e1rio; onde postas as cadeiras. Em tudo ele \u00e9. A sala de estar. O lugar do telefone, do televisor, do som. A espec\u00edfica forma de ser dos aposentos. Do banheiro.H\u00e1 muito que est\u00e1 em antigo ad\u00e1gio popular: quem casa quer casa.. Mesmo sendo a contemporaneidade uma \u00e9poca em que a mulher dela se ausenta em grande parte do dia, a casa marca-a . Dela \u00e9 a casa. Ocupa-a por direito, sendo dela a sua dona. E com ela a rela\u00e7\u00e3o extrapola em muito a mera condi\u00e7\u00e3o de posse. Rege-a . Dota-a com seus arranjos, adornos, n\u00e3o importa com que m\u00f3vel, da condi\u00e7\u00e3o de lar. \u00c9, sim, a senhora dali, por m\u00ednimo ainda que seja, ao fazer da casa uma servi\u00e7al do lar. Nela se evola. A casa trescala a lavanda da sua dona. Empregna-se de sua d\u00e1diva e sensualidade. Um aroma de m\u00e3e e mulher.<\/span><\/p>\n A decora\u00e7\u00e3o tem a sua cara. Indicia sua posi\u00e7\u00e3o ante a vida, sua ideologia. Nela, ele se entremostra j\u00e1 da fachada. A casa \u00e9 todo ele e sua guarda.<\/span><\/p>\n Sendo ela o lugar da fam\u00edlia, pode-se admitir que ali se aprende o indiv\u00edduo e o coletivo. A casa \u00e9 ent\u00e3o uma ilha-condom\u00ednio. \u00c9 um dever\/direito de cada um dos pais e filhos. Mas deles um lugar comum. D\u00e1-se nela em cont\u00ednuo o educar-se para o indiv\u00edduo e o educar-se para o coletivo.<\/span><\/p>\n Em casa alheia, por mais que lhe ensejem comodidade, o homem se sente intruso e exposto \u00e0 intrus\u00e3o. Se recolhe. Se encolhe. Estranha e se sente estranhado.<\/span><\/p>\n Sem casa o homem \u00e9 um n\u00f4made. Em casa \u00e9 completitude. Fora, se sente como um algu\u00e9m a quem lhe falta. A casa \u00e9 o eterno lugar de retorno. Perambula-se, viaja-se, todavia a casa torna-se. A casa \u00e9 conchego, arreglo. Lugar de refazimento.<\/span><\/p>\n Casa \u00e9 um homem e uma mulher com seus filhos e bichos.<\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" A casa Data 23\/out\/1998 A casa \u00e9 a extens\u00e3o do homem. N\u00e3o h\u00e1 lugar melhor no mundo. \u00c9 o seu territ\u00f3rio livre. Nela estando, fica dependurado todo um estado de ser l\u00e1 fora. A casa \u00e9 a sua ilha. Em tudo dela est\u00e1 ele. A despensa com suas provis\u00f5es. A cozinha onde o fog\u00e3o, onde […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[17],"tags":[111],"yoast_head":"\n |