{"id":566,"date":"1998-11-21T12:20:48","date_gmt":"1998-11-21T12:20:48","guid":{"rendered":"http:\/\/poetagem.com.br\/?p=566"},"modified":"2016-09-24T12:21:53","modified_gmt":"2016-09-24T12:21:53","slug":"solitudesolidaria","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/poetagem.com.br\/1998\/11\/21\/solitudesolidaria\/","title":{"rendered":"Solitude\/solid\u00e1ria"},"content":{"rendered":"\n\n\n
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Solitude\/solid\u00e1ria<\/span><\/b><\/b><\/span><\/div>\n<\/td>\n<\/tr>\n
Data 21\/nov\/1998<\/span><\/td>\n<\/tr>\n<\/tbody>\n<\/table>\n

\u00cdamos descontra\u00eddos. Manh\u00e3 quase a meio. Tacitamente nos recomp\u00fanhamos de uma quase trag\u00e9dia de v\u00e9spera. Resplandeciam ao sol um lago povoado de p\u00e1ssaros, gansos e pescadores; a multiplicidade do verde circundante, os paralelep\u00edpedos subindo e descendo ladeiras tornadas ruas. Ao longe o largo horizonte composto de montanhas.<\/span><\/p>\n

Sol, verde, \u00e1gua e ar. Era tudo o que se podia querer depois de um grande susto. D\u00e1vamos ao corpo a livre a\u00e7\u00e3o de ir andando. Andando para lugar qualquer. Unicamente, se deixava o esp\u00edrito em exerc\u00edcio. E visto estava pelos olhares agu\u00e7ados a busca de aprazimento. As m\u00e3os dadas (“O presente \u00e9 t\u00e3o grande, n\u00e3o nos afastemos.\/ N\u00e3o nos afastemos muito, vamos de m\u00e3os dadas.”) esquecidas no m\u00fatuo reconforto: vasos comunicantes telep\u00e1ticos prescindidos das palavras. Passe\u00e1vamos A gra\u00e7a de assim sermos. Mais ainda agora depois de ruim fato de que nos sab\u00edamos ilesos.<\/span><\/p>\n

\u00cdamos. No meio do caminho, para a qual n\u00e3o sa\u00edramos, irrompe uma bela igreja. Conquanto situada num lugar ermo, n\u00e3o prescindia dos requintes pr\u00f3prios delas. Aquela, ao contr\u00e1rio, avantajava-se \u00e0s de muitas cidades. Fora ali que veria depois aquela andorinha que fizera ninho ao p\u00e9 de S\u00e3o Francisco.<\/span><\/p>\n

And\u00e1vamos. Da igreja para aonde mais f\u00f4ssemos. Apraziam-nos a brisa, o sol, a paisagem a que n\u00e3o est\u00e1vamos acostumados. As serras: enormes vales — o v\u00e1cuo e o \u00e9ter; as montanhas.<\/span><\/p>\n

Agora, sub\u00edamos e desc\u00edamos as ladeiras feitas estrada em paralelep\u00edpedo. Caminh\u00e1vamos para a cidadezinha pr\u00f3xima. Davam-na como muito bela. Andando, abertos a tudo, com pouco l\u00e1 estar\u00edamos. \u00c0s margens da estrada casas todas com compridas escadarias incrustadas em meio a vegeta\u00e7\u00f5es. Altos barrancos rochosos recobertos de gramineas.<\/span><\/p>\n

Curt\u00edamos tudo e a n\u00f3s mesmos. A alegria de viver. Esquecidos da mis\u00e9ria e opress\u00e3o que sab\u00edamos no Pa\u00eds, no mundo. Provisoriamente que fosse, desconectados daquilo. Respir\u00e1vamos a vida. \u00cdamos reparando em seu dom pelo caminho.<\/span><\/p>\n

Pouco antes de atingirmos a cidade, aquele l\u00edrio. O grande ramo que lhe dava suporte, apenso \u00e0s rochas do barranco, curvava-se \u00e0 estrada como se ofertasse a flor. Ficamos ext\u00e1ticos O in\u00f3spito do lugar, a multiplicidade de ervas n\u00e3o se nos pareciam compat\u00edveis. Ela impediu-me que lho apanhasse. Melhor ali estar para quem mais pudesse partilhar daquele instante de del\u00edrio.
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