{"id":83,"date":"2005-06-21T18:02:19","date_gmt":"2005-06-21T18:02:19","guid":{"rendered":"http:\/\/poetagem.com.br\/?p=83"},"modified":"2016-09-23T18:03:10","modified_gmt":"2016-09-23T18:03:10","slug":"quinto-nao-matar","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/poetagem.com.br\/2005\/06\/21\/quinto-nao-matar\/","title":{"rendered":"Quinto: n\u00e3o matar"},"content":{"rendered":"\n\n\n
Data <\/span>21\/jun\/2005<\/span><\/span><\/td>\n<\/tr>\n<\/tbody>\n<\/table>\n

Aprendera, sobretudo com a vida, que o \u00e2ngulo pelo qual se olha \u00e9 que configura uma realidade. Logo, n\u00e3o h\u00e1 a realidade \u00fanica. A realidade n\u00e3o \u00e9 a mesma.
\nViu, tem visto e decerto ver\u00e1, enquanto seus olhos n\u00e3o estiverem mortos, que o belo \u00e9 tamb\u00e9m feio; que o tr\u00e1gico cont\u00e9m lirismos; que o c\u00f4mico cont\u00e9m tragicidades; que a morte tamb\u00e9m n\u00e3o \u00e9 o fim da vida; que o triste cont\u00e9m beleza; que o sagrado tamb\u00e9m \u00e9 o banal; que o profano \u00e9 o cotidiano; que Deus \u00e9 tamb\u00e9m o problema; que o bandido tamb\u00e9m \u00e9 mocinho; que a mentira cont\u00e9m suas verdades; que o destino, constru\u00eddo desde menino, sempre se depara com certos desatinos; que muita velhice vive crivada de meninice.
\nEnt\u00e3o, quanta coisa que, dada por inv\u00e1lida, tem, s\u00fabito, alguma validade. As insignific\u00e2ncias inobservadas de repente surpreendendo. Haja vista a vida. A natureza instituiu-a. F\u00ea-la ser. O instituto da vida vigorando em sua mir\u00edade de seres. Os sabidos e conhecidos. Os dessabidos infindos. S\u00fabito se insurgem, muita vez causando espanto. O que n\u00e3o se conceberia poder haver.
\nSeres vivos. Inconceb\u00edveis. Todos com seu destino, defendendo a vida, com modo e h\u00e1bito de agir com o instinto que a natureza os dotou. Todos \u00e0 ca\u00e7a dura do que lhes garantir a sobreviv\u00eancia. Decerto n\u00e3o sabem por que, pra qu\u00ea. Sobreviver \u00e9 preciso. Que a vida lateja na sua exig\u00eancia de permanecer criando necessidades f\u00edsicas, necessidades de prote\u00e7\u00e3o, que a lei da sobreviv\u00eancia n\u00e3o prescinde de que os seres sejam predadores entre si. As ervas, vidas, s\u00e3o pastos dos herb\u00edvoros. As carnes, vidas, s\u00e3o pastos dos carn\u00edvoros. Assim se consuma a sina de que \u00e9 preciso morrer para que haja a vida. Ent\u00e3o, a vida, que se quer eterna, \u00e9 um exterm\u00ednio de si mesma.
\nMatar \u00e9 um ato pr\u00f3prio do que \u00e9 vivo. O vivo vive de matar. Os microorganismos invis\u00edveis, feitos bact\u00e9rias, feitos v\u00edrus sempre perseguidos, pois vivem se constituindo em s\u00e9rios perigos a seus hospedeiros. Os insetos \u2013 os pernilongos, os mosquitos, as pulgas \u2013 s\u00e3o incontinentemente repelidos, mortos, pois que tidos como perigo \u00e0 vista. Mas tamb\u00e9m a aranha, a barata.
\nE era justamente uma barata que tinha ele, naquele instante, diante de si. Ela tamb\u00e9m, por certo, percebera que ele a percebera e a tinha com aguda acuidade toda em suas retinas.
\nTratava-se, certamente de um homem. Fosse uma mulher teria gritado histericamente e batido em retirada propalando que havia l\u00e1 uma barata. Homens, n\u00e3o. Geralmente precipitam-se sobre elas para pisote\u00e1-las. Esmag\u00e1-las. Estava, pois, em alt\u00edssimo risco de vida. Ambos est\u00e1ticos. Pressentia que o golpe dele estava na imin\u00eancia de ser disparado. N\u00e3o compreendia por que ele demorava tanto daquele jeito. Mas alentava-se por isso. Ia ganhando tempo, para sentir a dire\u00e7\u00e3o pela qual conseguiria escapar com maiores chances de que ele pudesse n\u00e3o alcan\u00e7\u00e1-la. Ele continuava paralisado. O que a afligia muito. Deveria ter-se preparado j\u00e1 suficientemente para apanh\u00e1-la por qualquer lado que fugisse. Errara em lhe permitir tanto tempo assim. Homens s\u00e3o mais astutos que baratas. Em p\u00e2nico, decidiu-se por fugir pela porta quintal afora. Sua estrat\u00e9gia era rapidamente ganhar o gramado pelo qual se imiscuiria, fazendo-o perd\u00ea-la de vista.
\nMelhor assim. Nada de correr atr\u00e1s dela. Que vivesse ainda mais um pouco. Quem sabe indo de seu quintal \u00e0 rua. At\u00e9 que uma galinha ou p\u00e1ssaro famintos a encontrassem.
\nSentia-se aliviado. Pois, se tivesse fugido para algum outro local de dentro de casa, estaria obrigado a ca\u00e7\u00e1-la e extermin\u00e1-la.<\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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