{"id":163,"date":"2006-07-26T22:44:32","date_gmt":"2006-07-26T22:44:32","guid":{"rendered":"http:\/\/poetagem.com.br\/?p=163"},"modified":"2016-09-23T22:45:10","modified_gmt":"2016-09-23T22:45:10","slug":"recital","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/poetagem.com.br\/2006\/07\/26\/recital\/","title":{"rendered":"Recital"},"content":{"rendered":"

Havia sofrido algo s\u00e9rio. As pessoas em seu redor. A cabe\u00e7a inteiramente no lugar. Pensava com clareza. E sabia quem ali cada um era. Via a todos. A sucessibilidade de pessoas que por ele passavam. Que ficam algum tempo a olh\u00e1-lo sem nada dizer. Ou dizia, ele, por\u00e9m n\u00e3o conseguia nada ouvir. Demoravam-se mais alguns. Seus irm\u00e3os permaneciam, ora juntos, ora um, depois outro; outra. Falam-se entre si. Ele, por\u00e9m nada ouvia, n\u00e3o obstante envidasse todos os sentidos. Nem mesmo conseguia a leitura labial. Coisa em que, quando moleque, era perito. Lembra-se que das apostas que travavam para ver quem n\u00e3o conseguiria errar a leitura, n\u00e3o perdia nenhuma. E o fato mais sensacional: aos assistirem um filme de cangaceiro. O nome n\u00e3o lhe ocorria. Todavia, cenas e atores pululam-lhe ali agora com vivacidade. Deu alguma pane. O som sumiu. Sucediam-se t\u00e3o-somente as cenas. E aconteceu justamente numa cena de amor, de quase sexo expl\u00edcito. As fala\u00e7\u00f5es mudas do casal em decorr\u00eancia do ato (quase todas lidas por ele) sem nenhuma reclama\u00e7\u00e3o, n\u00e3o foram ouvidas pelo p\u00fablico. Que, por\u00e9m, t\u00e3o logo diante de nova cena, p\u00f4s-se aos conhecidos e continuados protestos. Em meio a eles, surdiu uma voz (que nunca conseguiu descobrir de quem, ironia do destino: t\u00e3o bom leitor de l\u00e1bios) praticamente exigindo que ele fosse conduzido a ler ante um microfone a fala das personagens. A id\u00e9ia deve ter parecido t\u00e3o salvadora aos donos do cinema, seus velhos conhecidos, que, quando se deu conta perfeita de si mesmo, l\u00e1 estava ele diante do microfone esperando a pel\u00edcula ser ajustada para que come\u00e7asse a sua transcri\u00e7\u00e3o oral da mudez pronunciada pelos personagens na tela. Sua efici\u00eancia, como decerto deveriam saber todos que ali estavam indo v\u00ea-lo, abrira-lhe convites de excelentes trabalhos em \u00e1reas afins. Tanto que escolher lhe fora algo muito dif\u00edcil e mesmo pesaroso, j\u00e1 que com alguns muito simpatizava, mas somente um poderia escolher, pois tratava-se de ferrenhos concorrentes.
\nE agora, Sant\u00edssimo Deus!, exatamente numa situa\u00e7\u00e3o em que, talvez mais do que nunca, tanto precisava daquela habilidade, n\u00e3o a conseguia. Parecia ouvir o zumbido das vozes, o sussurro de vozes muit\u00edssimo refreadas, mas impercept\u00edveis, ileg\u00edveis. A movimenta\u00e7\u00e3o era moderada, entretanto cont\u00ednua, naquele ritmo demoram mais uns, pouco outros.
\nN\u00e3o sabia exatamente por que, mas tinha certeza de que n\u00e3o estava morto. Talvez, pela aus\u00eancia geral de choros, de l\u00e1grimas furtivas ou expl\u00edcitas. Talvez pela express\u00e3o geral. N\u00e3o vinham risonhos, tampouco excessivamente graves. Aparentavam cordialidade entre si e olhar com discreta como\u00e7\u00e3o postos nele. Sem muita fixedez, todavia. O cen\u00e1rio, de fato, n\u00e3o era de vel\u00f3rio.
\nMas tamb\u00e9m sem exatamente saber por que, n\u00e3o entendia que fosse igualmente de quarto de hospital. A come\u00e7ar pelo fato de que se percebia numa posi\u00e7\u00e3o de quem est\u00e1 em p\u00e9. As pessoas aproximavam-se at\u00e9 um limite imagin\u00e1rio que faziam-nas guardar uma pequena dist\u00e2ncia a ele. Mas ningu\u00e9m \u00e0s suas costas. Atr\u00e1s das quais n\u00e3o o que as amparasse ou as protegesse. N\u00e3o era parede. Uma cortina marchetada, em tonalidade azul-clara, trespassado-a de esguias formas brancas esgar\u00e7adas como nuvens.
\nEnt\u00e3o, num dado momento, n\u00e3o curto, vivia a impress\u00e3o de que toda aquela gente o entrevistava. Ele lia as perguntas, j\u00e1 agora n\u00e3o pelos l\u00e1bios, mas pelos olhos. Os olhos deles diziam-lhe, reparou, quando prestou fixamente a aten\u00e7\u00e3o em uma mulher cujo olhar pedia-lhe respostas convincentes e agrad\u00e1veis. Equivocados, talvez, invertendo os \u00f3rg\u00e3os, pois, n\u00e3o porque lia (lera) l\u00e1bios, sabia ou podia ler olhares. Mas tal era a insist\u00eancia que come\u00e7ava (com certa facilidade) a compreende-los.
\nN\u00e3o atinava com as indaga\u00e7\u00f5es, todavia. Eram disparatadas. Agora os olhares moviam-se rapidamente, a saraivar-lhe de perguntas e tantas e tantas, numa velocidade vertiginosa. Atendia a um, j\u00e1 lhe fustigava outro, um outro. At\u00e9 que uma outra mulher, em passos de modelo, l\u00e1 do fundo do sal\u00e3o veio vindo, saias esvoa\u00e7antes; veio vindo, cabelos esvoa\u00e7antes; veio vindo olhos negros nele pregados; veio vindo, boca semi-aberta em batom vermelho; veio vindo, seios volumosos oscilando e diante dele estacou. E ap\u00f3s, o \u00e1timo em que tudo dela era movimento se imobilizou, entregou-lhe o livro.<\/p>\n

Tratava-se de seu famoso poema que interpretaria em recital h\u00e1 horas esperado, num repleto recinto, por um p\u00fablico que lhe era todo expectantes olhares.<\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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