{"id":290,"date":"2004-04-19T00:49:18","date_gmt":"2004-04-19T00:49:18","guid":{"rendered":"http:\/\/poetagem.com.br\/?p=290"},"modified":"2016-09-24T00:50:08","modified_gmt":"2016-09-24T00:50:08","slug":"desvisagem","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/poetagem.com.br\/2004\/04\/19\/desvisagem\/","title":{"rendered":"Desvisagem"},"content":{"rendered":"\n\n\n
Data 19\/abril\/2004<\/span><\/td>\n<\/tr>\n<\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Ent\u00e3o a velhinha animada \u00e0 espera de sua vez era toda tagarela. Acima da escala dos demais, fala alta. Ria estrepitosamente. Transpirava felicidade. A que ganhava em riso estabanado e volunt\u00e1rio. Via-se que a espontaneidade a movia.
\nO forte em presen\u00e7a era mesmo de anci\u00f5es. Os n\u00e3o-anci\u00f5es, bastantes, eram seus condutores e acompanhantes.
\nConversar para costurar o tempo. Para torn\u00e1-lo com algum sentido entre o intervalo que ele com seu nada demarca. Senti-lo vivenci\u00e1-lo em seu vazio de sil\u00eancio \u00e9 algo decerto insuport\u00e1vel, principalmente aos idosos.
\nO vazio do sil\u00eancio aciona o descortinamento de lembran\u00e7as e recorda\u00e7\u00f5es. O que por certo d\u00e1 \u00e0 vida o tamanho d\u00e1 escassez de seu tempo. O que conscientiza a velhice de que o intervalo entre seu instante e o limite tem a volatilidade das nuvens brancas sob o l\u00edmpido azul de c\u00e9u.
\nEnt\u00e3o a velhinha expandia, talvez impensadamente, movida pelo impulso do instinto acionado por esta puls\u00e3o ps\u00edquica. Falava maquinalmente. Ria ridentemente. Mas muito havia de n\u00e3o cont\u00e1gio. Muitos sorumb\u00e1ticos rostos encarcerados em preocupa\u00e7\u00e3o. Os quais por certo entendiam naquela velhinha uma insanidade anunciada, ou assanhamento rid\u00edculo, ou uma desconsiderada forma de extravasamento do medo.
\nOs entre uma e outra extremidade mais enxergavam. Mais notavam a todos e a si mesmos. Sopesavam o medo e a esperan\u00e7a. Enterneciam-se com algumas express\u00f5es. Compreendiam certas atitudes. Penalizavam-se com os abatidos. Suportavam com o sorriso da toler\u00e2ncia a velhinha a ponto de n\u00e3o recrimin\u00e1-la, tampouco incentiv\u00e1-la. Reconfortavam com palavras af\u00e1veis, com afagos, seus \u00edntimos e pr\u00f3ximos.
\nE todos, quando aproximados devidamente pela acentuada espera, passado o per\u00edodo de m\u00fatuo conhecimento necess\u00e1rio, se contavam uns aos outros. E as hist\u00f3rias variavam em extens\u00e3o e dramaticidade, dependendo do temperamento e humor de seu enunciador. E assim de algum modo se reconfortavam entre si.
\nA velhinha tinha ainda o dom do relacionamento f\u00e1cil e o inconformismo da espera est\u00e1tica. E ia como um sacerdote af\u00e1vel, um candidato \u00e0 elei\u00e7\u00e3o, um pedinte \u00e0 cata de tost\u00f5es, percorrendo os demais pacientes, levando uma palavra de est\u00edmulo, uma risada. Esse talvez fosse o modo seu de afugentar o medo que n\u00e3o menos a acometia como aos demais.
\nMuitos que, como ela, ali estavam para a segunda vez, diziam lembrar-se que da primeira vez ela n\u00e3o procedera como agora. Era uma discret\u00edssima velhinha l\u00e1 no seu canto, acabrunhada, quase todo o tempo cabisbaixa, quietamente conversando com sua acompanhante.
\nLembravam-se que foi ent\u00e3o de volta do servi\u00e7o que tornara de olho limpo e evidente brejeirice senil na face. Falando alto. Aleatoriamente dispensando risonhos cumprifmentos.
\nE fora agora, de volta para a limpeza do outro olho que dera de ser o antagonismo daquela velhinha da primeira vez. E a raz\u00e3o tamb\u00e9m se soube logo que as suas perambula\u00e7\u00f5es de lugar em lugar foi espalhando.
\nEra que ao mesmo tempo que punha o moral dos receosos para cima, afirmando que n\u00e3o sentira dor alguma, contava ter vivido uma indescrit\u00edvel vis\u00e3o.
\nCerto c\u00e9u azul no qual, vertiginosamente, movimentando-se enormes estrelas de mil cores (lindas, precisavam ver!) brilhavam ziguezagueando feito umas malucas belezas. E ficou muito desolada, quando o m\u00e9dico apagou tudo ao despertar-lhe dizendo que terminara e que tudo estava bem.
\nAnsiava por reencontr\u00e1-las agora na segunda opera\u00e7\u00e3o. N\u00e3o via a hora de sua vez. V\u00e3o sem medo! Voc\u00eas ver\u00e3o estrelas enormes.
\nE veio a vez segunda da velhinha feliz. Todavia o que se viu no retorno p\u00f3s-operat\u00f3rio foi aquela velhinha da vez primeira: discret\u00edssima e cabisbaixa.
\nE se ficou com a sensa\u00e7\u00e3o de que o c\u00e9u azul de enormes estrelas multicores n\u00e3o compareceu ao segundo encontro.<\/span><\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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