{"id":36,"date":"2005-03-11T14:58:43","date_gmt":"2005-03-11T14:58:43","guid":{"rendered":"http:\/\/poetagem.com.br\/?p=36"},"modified":"2016-09-23T18:29:44","modified_gmt":"2016-09-23T18:29:44","slug":"rex","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/","title":{"rendered":"Rex"},"content":{"rendered":"\n\n\n
Data <\/span>11\/mar\/2005<\/span><\/span><\/td>\n<\/tr>\n<\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Uma sua dobermann, certa feita, afabil\u00edssima com todos da fam\u00edlia, s\u00fabito, surgiu, boca espumada, cambeteando. Os olhos em brasa. E de imediato p\u00f4s-se a se debater, tremendo, como se sob o efeito de um alucin\u00f3geno. E n\u00e3o era menos
\nO experiente veterin\u00e1rio que do habitat da cadela bem sabia diagnosticou e rapidamente p\u00f4s-se a lhe aplicar o ant\u00eddoto, antes que fosse sem tempo. Ela havia, seguramente, mordido um sapo, que, agredido, expelira seu veneno provocando aquela quase trag\u00e9dia. Fatal, se ao veneno n\u00e3o se tivesse dado cabo.
\nSob a a\u00e7\u00e3o do medicamento, ela remansara num desfalecimento restaurador, com que certamente, recobrara as energias de uma cadela vigorosa, ind\u00f4mita, agressiva e carinhosa.
\nN\u00e3o fora essa a \u00fanica vez. Houvera duas outras. Teimosa, cabe\u00e7a estreita, repetira o deslize. Por isso, vivia-se a rastrear o quintal, como se \u00e0 procura de minas devastadoras: sapos. Todavia, por mais precau\u00e7\u00f5es que se tomasse, sempre encontravam eles uma fresta pela qual transpunham-se da rua para o quintal. Por mais que fossem removidos para lugar certo de que n\u00e3o retornariam, o quintal continha sapos.
\nHavia outros c\u00e3es na casa. Que, entretanto, n\u00e3o se indispunham contra eles. Decerto, no princ\u00edpio, feito o reconhecimento, deram-nos por inofensivos, n\u00e3o-inimigos. Logo, que transitassem, passassem \u00e0 larga. O que n\u00e3o admitia o impulsivo temperamento da sua dobermann.
\nMas, enfim, n\u00e3o foram os sapos que a mataram. Dos venenos deles fora a tempo devidamente livre. O que n\u00e3o puderam fazer contra o c\u00e2ncer de mama que lhe foi tomando, lhe imprimindo sofrimentos inestanc\u00e1veis at\u00e9 a morte. Quando ele passara quase toda a noite em claro a apascent\u00e1-la.
\nOs sapos ficaram. Em v\u00e3o remov\u00ea-los. Mas mat\u00e1-los, nunca. Vinham decerto atra\u00eddos por um quintal benfazejo. Recanto apraz\u00edvel, saud\u00e1vel de insetos. N\u00e3o se podia admitir que acontecesse uma invas\u00e3o. Eram n\u00e3o mais que cinco ou seis deles. O quintal os comportava. Disistira da remo\u00e7\u00e3o in\u00fatil. Apenas a redirecionara. N\u00e3o os deixava permanecerem no avarandado. Eles insistiam. S\u00fabito eram encontrados dentro dos bebedouros do c\u00e3es. Refestelados \u00e0 fresca da \u00e1gua. Levava-os para o quintal. Passados alguns dias, a cena se renovava. Eles foram ficando. Menos insistentes.
\nEm certas ocasi\u00f5es, que a natureza deles sabe por qu\u00ea, punham-se a coaxar. Punham-se a cantarolar. Dizem porque chamam chuva. Porque o sapo cururu da beira do rio, sente frio (embora o calor imenso). E quando se prestam a esse destino, s\u00e3o comedidamente pontuais. Tamborilam seu canto feito cigarras fossem, de t\u00e3o persistentes. Tal que acontecera de passar a ouvir esse marimbar canoro ao p\u00e9 de seu escrit\u00f3rio dias e dias.
\nIlus\u00e3o auditiva? Decerto o canto de um canto do quintal percutia nalgum ponto do c\u00f4modo ricocheteando ao seu ouvido. Comentara o fato em mais de uma ocasi\u00e3o em que todos passavam juntos. Ningu\u00e9m parecia dar import\u00e2ncia ao que, certamente, consideravam algo banal. Mas vira, num lampejo de disfarce, furtarem-se os olhos do filho mais novo. Mas soubera tamb\u00e9m, naqueles ef\u00eameros segundos de olhares instantaneamente trocados, que o filho percebera ter sido pego em ato obl\u00edquo.
\nA const\u00e2ncia f\u00ea-lo descobrir. Tratava-se de um sapo dentro do cano escoador de \u00e1gua da chuva subterr\u00e2neo ao piso de seu escrit\u00f3rio. Decidiu n\u00e3o retir\u00e1-lo. Que ficasse. Aquele canto inconstante, certas manh\u00e3s e tardes, tinha um tom de acalanto. Por certo para al\u00edvio do filho que, embora nada dissesse, parecia ter id\u00eantica opini\u00e3o.
\nEis que, numa noite j\u00e1 andada, dera-se com um sapo farto dentro da vasilha de ra\u00e7\u00e3o dos c\u00e3es. Seria poss\u00edvel? Era. Retirou-o. Tomou de alguns gr\u00e3os e atirava-os a ele que, como aos besouros, apanhava-os com sua el\u00e1stica l\u00edngua rel\u00e2mpago.
\nEnt\u00e3o aquele sapo ficou sendo o Rex. E toda noite se queria saber se Rex j\u00e1 tinha ou n\u00e3o chegado. E toda noite Rex chegava para aqueles besouros certos e f\u00e1ceis.
\n<\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Data 11\/mar\/2005 \u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Uma sua dobermann, certa feita, afabil\u00edssima com todos da fam\u00edlia, s\u00fabito, surgiu, boca espumada, cambeteando. Os olhos em brasa. E de imediato p\u00f4s-se a se debater, tremendo, como se sob o efeito de um alucin\u00f3geno. E n\u00e3o era menos O experiente veterin\u00e1rio que do habitat da cadela bem sabia diagnosticou e rapidamente p\u00f4s-se […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[17],"tags":[10],"yoast_head":"\nRex - POETAGEM<\/title>\n<meta name=\"robots\" content=\"index, follow, max-snippet:-1, max-image-preview:large, max-video-preview:-1\" \/>\n<link rel=\"canonical\" href=\"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/\" \/>\n<meta property=\"og:locale\" content=\"pt_BR\" \/>\n<meta property=\"og:type\" content=\"article\" \/>\n<meta property=\"og:title\" content=\"Rex - POETAGEM\" \/>\n<meta property=\"og:description\" content=\"Data 11\/mar\/2005 \u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Uma sua dobermann, certa feita, afabil\u00edssima com todos da fam\u00edlia, s\u00fabito, surgiu, boca espumada, cambeteando. Os olhos em brasa. E de imediato p\u00f4s-se a se debater, tremendo, como se sob o efeito de um alucin\u00f3geno. E n\u00e3o era menos O experiente veterin\u00e1rio que do habitat da cadela bem sabia diagnosticou e rapidamente p\u00f4s-se […]\" \/>\n<meta property=\"og:url\" content=\"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/\" \/>\n<meta property=\"og:site_name\" content=\"POETAGEM\" \/>\n<meta property=\"article:published_time\" content=\"2005-03-11T14:58:43+00:00\" \/>\n<meta property=\"article:modified_time\" content=\"2016-09-23T18:29:44+00:00\" \/>\n<meta name=\"twitter:card\" content=\"summary_large_image\" \/>\n<meta name=\"twitter:label1\" content=\"Escrito por\" \/>\n\t<meta name=\"twitter:data1\" content=\"Tito Damazo\" \/>\n\t<meta name=\"twitter:label2\" content=\"Est. tempo de leitura\" \/>\n\t<meta name=\"twitter:data2\" content=\"3 minutos\" \/>\n<script type=\"application\/ld+json\" class=\"yoast-schema-graph\">{\"@context\":\"https:\/\/schema.org\",\"@graph\":[{\"@type\":\"WebSite\",\"@id\":\"http:\/\/poetagem.com.br\/#website\",\"url\":\"http:\/\/poetagem.com.br\/\",\"name\":\"POETAGEM\",\"description\":\"Por Tito Damazo\",\"potentialAction\":[{\"@type\":\"SearchAction\",\"target\":{\"@type\":\"EntryPoint\",\"urlTemplate\":\"http:\/\/poetagem.com.br\/?s={search_term_string}\"},\"query-input\":\"required name=search_term_string\"}],\"inLanguage\":\"pt-BR\"},{\"@type\":\"WebPage\",\"@id\":\"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/#webpage\",\"url\":\"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/\",\"name\":\"Rex - POETAGEM\",\"isPartOf\":{\"@id\":\"http:\/\/poetagem.com.br\/#website\"},\"datePublished\":\"2005-03-11T14:58:43+00:00\",\"dateModified\":\"2016-09-23T18:29:44+00:00\",\"author\":{\"@id\":\"http:\/\/poetagem.com.br\/#\/schema\/person\/fe9e2197adca98090b78294d93603238\"},\"breadcrumb\":{\"@id\":\"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/#breadcrumb\"},\"inLanguage\":\"pt-BR\",\"potentialAction\":[{\"@type\":\"ReadAction\",\"target\":[\"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/\"]}]},{\"@type\":\"BreadcrumbList\",\"@id\":\"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/#breadcrumb\",\"itemListElement\":[{\"@type\":\"ListItem\",\"position\":1,\"name\":\"In\u00edcio\",\"item\":\"http:\/\/poetagem.com.br\/\"},{\"@type\":\"ListItem\",\"position\":2,\"name\":\"Rex\"}]},{\"@type\":\"Person\",\"@id\":\"http:\/\/poetagem.com.br\/#\/schema\/person\/fe9e2197adca98090b78294d93603238\",\"name\":\"Tito Damazo\",\"image\":{\"@type\":\"ImageObject\",\"@id\":\"http:\/\/poetagem.com.br\/#personlogo\",\"inLanguage\":\"pt-BR\",\"url\":\"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/57d308793dabf419f4c070c35afdd810?s=96&d=mm&r=g\",\"contentUrl\":\"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/57d308793dabf419f4c070c35afdd810?s=96&d=mm&r=g\",\"caption\":\"Tito Damazo\"},\"description\":\"O professor Tito Damazo \u00e9 licenciado em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ci\u00eancias e Letras de Pen\u00e1polis (1972) e especialista em Teoria da Literatura pela mesma faculdade em 1980. \u00c9 mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista \u201cJ\u00falio de Mesquita Filho\u201d \u2013 campus de S\u00e3o Jos\u00e9 do Rio Preto (1997) e doutor em Letras na \u00e1rea de Literaturas em L\u00edngua Portuguesa, em 2004, pela mesma Universidade. No Centro Universit\u00e1rio Toledo de Ara\u00e7atuba, Tito Damazo \u00e9 professor de Literatura Brasileira e Teoria Liter\u00e1ria e coordenador do curso de Letras. Tito Damazo \u00e9 autor do livro de poesias \u201cInsubmiss\u00e3o\u201d e membro da Academia Ara\u00e7atubense de Letras.\",\"sameAs\":[\"http:\/\/poetagem.com.br\"],\"url\":\"https:\/\/poetagem.com.br\/author\/tito-damazo\/\"}]}<\/script>\n<!-- \/ Yoast SEO plugin. -->","yoast_head_json":{"title":"Rex - POETAGEM","robots":{"index":"index","follow":"follow","max-snippet":"max-snippet:-1","max-image-preview":"max-image-preview:large","max-video-preview":"max-video-preview:-1"},"canonical":"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/","og_locale":"pt_BR","og_type":"article","og_title":"Rex - POETAGEM","og_description":"Data 11\/mar\/2005 \u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Uma sua dobermann, certa feita, afabil\u00edssima com todos da fam\u00edlia, s\u00fabito, surgiu, boca espumada, cambeteando. Os olhos em brasa. E de imediato p\u00f4s-se a se debater, tremendo, como se sob o efeito de um alucin\u00f3geno. E n\u00e3o era menos O experiente veterin\u00e1rio que do habitat da cadela bem sabia diagnosticou e rapidamente p\u00f4s-se […]","og_url":"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/","og_site_name":"POETAGEM","article_published_time":"2005-03-11T14:58:43+00:00","article_modified_time":"2016-09-23T18:29:44+00:00","twitter_card":"summary_large_image","twitter_misc":{"Escrito por":"Tito Damazo","Est. tempo de leitura":"3 minutos"},"schema":{"@context":"https:\/\/schema.org","@graph":[{"@type":"WebSite","@id":"http:\/\/poetagem.com.br\/#website","url":"http:\/\/poetagem.com.br\/","name":"POETAGEM","description":"Por Tito Damazo","potentialAction":[{"@type":"SearchAction","target":{"@type":"EntryPoint","urlTemplate":"http:\/\/poetagem.com.br\/?s={search_term_string}"},"query-input":"required name=search_term_string"}],"inLanguage":"pt-BR"},{"@type":"WebPage","@id":"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/#webpage","url":"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/","name":"Rex - POETAGEM","isPartOf":{"@id":"http:\/\/poetagem.com.br\/#website"},"datePublished":"2005-03-11T14:58:43+00:00","dateModified":"2016-09-23T18:29:44+00:00","author":{"@id":"http:\/\/poetagem.com.br\/#\/schema\/person\/fe9e2197adca98090b78294d93603238"},"breadcrumb":{"@id":"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/#breadcrumb"},"inLanguage":"pt-BR","potentialAction":[{"@type":"ReadAction","target":["https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/"]}]},{"@type":"BreadcrumbList","@id":"https:\/\/poetagem.com.br\/2005\/03\/11\/rex\/#breadcrumb","itemListElement":[{"@type":"ListItem","position":1,"name":"In\u00edcio","item":"http:\/\/poetagem.com.br\/"},{"@type":"ListItem","position":2,"name":"Rex"}]},{"@type":"Person","@id":"http:\/\/poetagem.com.br\/#\/schema\/person\/fe9e2197adca98090b78294d93603238","name":"Tito Damazo","image":{"@type":"ImageObject","@id":"http:\/\/poetagem.com.br\/#personlogo","inLanguage":"pt-BR","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/57d308793dabf419f4c070c35afdd810?s=96&d=mm&r=g","contentUrl":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/57d308793dabf419f4c070c35afdd810?s=96&d=mm&r=g","caption":"Tito Damazo"},"description":"O professor Tito Damazo \u00e9 licenciado em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ci\u00eancias e Letras de Pen\u00e1polis (1972) e especialista em Teoria da Literatura pela mesma faculdade em 1980. \u00c9 mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista \u201cJ\u00falio de Mesquita Filho\u201d \u2013 campus de S\u00e3o Jos\u00e9 do Rio Preto (1997) e doutor em Letras na \u00e1rea de Literaturas em L\u00edngua Portuguesa, em 2004, pela mesma Universidade. No Centro Universit\u00e1rio Toledo de Ara\u00e7atuba, Tito Damazo \u00e9 professor de Literatura Brasileira e Teoria Liter\u00e1ria e coordenador do curso de Letras. Tito Damazo \u00e9 autor do livro de poesias \u201cInsubmiss\u00e3o\u201d e membro da Academia Ara\u00e7atubense de Letras.","sameAs":["http:\/\/poetagem.com.br"],"url":"https:\/\/poetagem.com.br\/author\/tito-damazo\/"}]}},"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/poetagem.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/36"}],"collection":[{"href":"https:\/\/poetagem.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/poetagem.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/poetagem.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/poetagem.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=36"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/poetagem.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/36\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":37,"href":"https:\/\/poetagem.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/36\/revisions\/37"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/poetagem.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=36"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/poetagem.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=36"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/poetagem.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=36"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}