A Faculdade

A Faculdade
Data 31/out/1998

Na pavimentação de pedregulhos
do campus
cravaram canteiros:
folhagens e flores de toda ordem.
As árvores sombrias
já são rusgas
e rugas
já que em seu ponto definitivo
de belas.
As caciporeanas
já não imperam
perante o brilho dos olhos
ao sol
e ao luar.

As chamadas liberdades democráticas
é que trouxeram
o correr do alambrado
a seu único descercado.
E aí instalaram
um posto de vigilância.

Os pavilhões
nada impávidos
em sua arquitetura
paradigmática e peculiar
prosseguem na sintaxe
hipotática de seu campus.

A biblioteca apenas,
sempre inquilina,
agora se instala
em casa própria
e distinta.
Postada ao fundo
mas acima
mesmo dos flamboiãs.

Há mais pássaros,
que árvores
adultas
os trouxeram.
Ou seus trinados
são mais audíveis
na maturidade?

Agora
pelas suas manhãs
e tardes
já não arde o silêncio
da luz,
há a perscrutar
em perambulagem
a álacre infância
e a bruta adolescência.

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